Um dos momentos mais trágicos da história foi a explosão do ônibus espacial Columbia. Em 16 de janeiro de 2003, a nave decolou pela última vez, para a missão que seria derradeira.
Os 7 astronautas a bordo morreriam de forma trágica, 16 dias depois, em 1 de fevereiro, quando o ônibus explodiu no ar no retorno à Terra.
A história do Columbia começa em 12/4/1981, quando ele foi lançado pela NASA, a agência espacial americana.
Em 27 anos, o Columbia fez 124 voos e 4.808 órbitas. O foguete permaneceu, ao todo, dez meses em órbita (precisamente 300 dias, 17 horas, 40 minutos e 22 segundos). Percorreu 201,4 milhões de quilômetros.
Pelo Columbia, passaram 160 tripulantes. Os últimos foram David Brown, Rick Husband, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Michael P. Anderson, William C. McCool e Ilan Ramon.
Eles voltavam da 28ª missão do ônibus espacial, realizada para pesquisar os efeitos da falta de gravidade em insetos e flores.
Dezesseis minutos antes do pouso, eles informaram ao centro de controle em terra que havia um problema com um dos instrumentos no painel de comando. Foi o último contato da tripulação com a Nasa.
Engenheiros já tinham percebido, ao revisarem as imagens do lançamento, que um pedaço de espuma (na foto, pedaço amarelo indicado pela seta) havia se soltado na decolagem e tinha danificado a proteção de carbono da asa esquerda. Esse problema era considerado comum, mas foi fatal.
Na reentrada na atmosfera, o calor causado pela fricção com a atmosfera penetrou na asa esquerda e destruiu sua estrutura. A temperatura atingiu 1.400ºC e os sensores eletrônicos foram destruídos.
O ônibus espacial foi se desintegrando no ar, formando várias bolas de fogo (foto), quando sobrevoava o Texas, a 63 km de altitude, na volta para o planeta. Faltavam 16 minutos (2.250 km) para a aterrissagem.
Um piloto de helicóptero que voltava de uma missão viu rastros incomuns e filmou um vídeo (foto) que foi útil na investigação.
As buscas foram feitas em três estados: Texas, Louisiana e Mississippi. 83.900 fragmentos foram encontrados no Texas, Louisiana e Mississipi. A maioria não passava de meio metro quadrado. Mas também havia peças grandes, como um dos motores principais do foguete, pesando 360 kg (foto), encontrado na Louisiana.
Destroços atingiram casas e os moradores foram orientados pela NASA a não tocar em nada porque poderia haver material tóxico.
Em Cabo Canaveral, as famílias que tinham comparecido para ver presencialmente a chegada do ônibus foram transportadas para outros locais.
Em Israel, muitos acompanhavam ao vivo a volta do ônibus, pois Ilan Ramon, que estava a bordo, era o primeiro israelense a viajar ao espaço.
A família de Ilan estava atônita. O pai se preparava para uma entrevista quando viu as imagens da explosão. Sobrevivente do Holocausto, ele vivia mais uma tragédia pessoal.
Três dias antes de morrer, os astronautas do Columbia fizeram 1 minuto de silêncio em memória dos 7 colegas mortos na explosão do ônibus espacial Challenger, em 28/1/1986. Mal sabiam que seriam as próximas vítimas.
Todos os pedaços de corpos humanos encontrados foram transportados no dia 5 de fevereiro para as instalações mortuárias da base área de Dover, em Delaware, equipada para receber corpos expostos a produtos químicos perigosos e fazer a identificação.
Entre os destroços recuperados, havia sobreviventes: minhocas armazenadas em caixas de Petri (usadas para armazenamento de organismos destinados a pesquisas). Elas serviam para pesquisas biológicas sobre o efeito da gravidade na fisiologia dos seres vivos.
Uma comissão independente foi criada para apurar as causas do acidente paralelamente ao inquérito oficial. Restos do ônibus espacial foram organizados num grande galpão para as análises. O relatório de 400 páginas foi apresentado após 7 meses de trabalhos.