Setembro!

Pode parecer estranho falar sobre setembro no mês de outubro, mas a verdade é que o mês de outubro é um mês extremamente pungente e setembro acaba ficando meio ofuscado com a retumbância que o seu irmão mais parrudinho, outubro até tem um dia a mais que setembro, o mais interessante é que apesar dos nomes os meses são o nono e décimo mês do ano, coisa que nos obrigaria a falar dos temas que abordei no mês passado, reis querendo se perpetuar e tal.

Mas setembro é um mês incrível! Comemoramos a nossa maior festa cívica, a Independência do Brasil, que nos rendeu um período de monarquia local muito fecundo, o nosso imperador nato no Brasil, D. Pedro II, reinou com muita sabedoria e unificou e pacificou nosso território, era um entusiasta das artes e da tecnologia, e sim um liberal e antiescravagista, é como eu o vejo.

Setembro, também, é o mês dedicado a promover a saúde mental com o simbólico laço amarelo, mas paralelamente é dedicado às pessoas com deficiências mentais.
Logo a temática da inclusão social é profundamente enraizada no decurso do mês.
Sou muito afeto a temática, por ter dois filhos com laudo de síndrome de Asperger, atualmente essa síndrome foi incluída no espectro Autista, como autismo leve.
Não é uma doença é uma diferenciação na forma que o seu portador percebe o mundo, é uma forma peculiar.

Os “Asperger” tem um quociente Intelectual um pouco maior que a média, mas tem dificuldades em compreender ironias e cinismo, são mais avessos a mudanças a nível cotidiano, mudança de caminho, mudanças no assuntos cotidianos. Tem uma tendencia hiperfocal sobre temas de conversas, filmes, livros, revistas, jogos etc. qualquer tema pode se tornar seu tema central hiper focando no assunto. Costumam ter seletividade alimentar, não só pelo sabor da comida, mas pela textura também, o que pode ser também um hiper foco, querendo comer somente um tipo de alimento durante um bom tempo, até que seu interesse desperte por outra coisa.

Os portadores dessa singularidade também costumam ser ou super apegados aos seus bens ou exatamente o contrário, não se apegam a nada nem a ninguém.

O discurso normalmente tem um tom explicativo, como se estivesse ensinando aos outros sobre os temas que domina, o psiquiatra Hans Asperger referia-se às crianças analisadas como ‘pequenos professores”.

Por vezes os portadores interrompem os outros para fazer correções no que está sendo dito, não por falta de educação, simplesmente porque é um impulso natural e irrefreável.
A convivência com as pessoas atípicas é muito complicada, embora quando se conhece a atipicidade torna-se mais compreensível as reações às vezes exageradas que são tomadas.
Embora essas características se apresentem com maior clareza na pré-adolescência, desde cedo pode se observar uma criança com um discurso mais adulto e que se relaciona melhor com crianças mais velhas e tem um desenvolvimento intelectual mais adiantado.

Imagino que para cada Autista com síndrome de Asperger laudado existam uns dez que não o são, estes, sofrem ainda mais pela intolerância que a sua situação proporciona.
O laudo pode ser feito por um profissional da área, normalmente um psiquiatra, ou neuropsicólogo que pode ajudar ao paciente a se relacionar melhor com suas diferenças.


Por fim, precisamos aprender a ver através das diferenças e respeitá-las, porque todos nos somos e temos alguma particularidade que deve ser observada, somos todos UM! Tudo se relaciona e precisa conviver em harmonia, só assim, todos terão a igualdade que tanto almejamos e está apregoada na nossa Carta Magna que é a Constituição da República Federativa do Brasil, “todos são iguais perante a Lei…”

Por sugestão de uma pessoa que prezo e admiro muito mudarei meu bordão este mês “Deus de pão a quem tem fome e ética a quem tem pão”porque quem é ético tem fome de justiça, mas nem todos que dizem ter fome de justiça, são éticos.
Acho muito oportuna esta afirmação, agora mais do que nunca.

Fábio Ap. Doll de Moraes, Tenente Coronel da Reserva.

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