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Já disponível e gratuita, coletânea reúne 19 bandas e artistas da cena autoral de Mogi das Cruzes

Com mais de uma hora de música em gêneros que flertam com o rock, ‘Fábricas de Combate ao Tédio – Volume 3’  mostra o melhor da produção autoral local dos últimos anos

Sensação produzida por algo prolixo. Aborrecimento ou cansaço. Desinteresse, de forma geral. Em outras palavras, tédio não é algo legal. Pensando nisso, um coletivo de artistas de Mogi das Cruzes preparou a coletânea “Fábricas de Combate ao Tédio – Volume 3”, que já está disponível no YouTube e tem ganhado palcos de casas de shows e casas noturnas.

Após evento no último domingo (28) no Beco Bar, em Mogi, a próxima parada do repertório é a Grow, no Centro da cidade, nesta quinta-feira (1º de fevereiro). Além da discotecagem “Chá de Fita” com D. Selvagi com muito rock alternativo e garage rock, haverá produtos de vários dos grupos participantes a partir das 19 horas.

A coletânea reúne 19 bandas/artistas independentes. Gente da cidade, que compõe, toca e canta música autoral, em diversos estilos e gêneros que flertam com o rock. Mas, para além desta primeira camada, há mais do que isso. É uma celebração à produção artística e cultural independente, e ao mesmo tempo, uma reflexão dos tempos atuais, do cenário político e social e do que significa ser brasileiro em 2024.

O leitor mais atento já deve ter percebido que este é o volume 3, então sim, existem outras duas coletâneas igualmente pensadas para reunir o que há de destaque na música mogiana. Dessa vez, porém, a diferença é o período. Enquanto a última edição havia sido lançada pouquíssimo tempo antes da pandemia, a nova vem após a Covid-19 ter deixado marcas profundas em todos.

Além do vídeo no YouTube e do evento na Grow nesta quinta-feira (1º de fevereiro), o lançamento oficial também se deu no último domingo (28), no Beco Bar, em Mogi das Cruzes. Na ocasião, três bandas representaram o coletivo: Lamusia, Desisto e Delavie.  E houve espaço para jam session com palco aberto, indo de encontro ao objetivo de celebrar a cultura local com o máximo de pessoas possível.

É por isso que a lista é tão abrangente  e cria uma coleção – que narra uma história, diga-se de passagem – composta por Drama em Crise, Desisto, Viruspontocom, D.Selvagi, Padovani’s Death, Delavie, Bruxos Modernos, Foxes on The Run, Brenô, Maniglia, Restivo, Colettive, Kau Caldas, Morphina, Mortem Aetaten, Kobra, Issuih, Blanc Sec e Lamusia, exatamente nesta ordem.

Os conceitos estão implícitos, mas ainda assim perceptíveis ao ouvido. O som começa com novidades, artistas que surgiram na cena nos últimos anos e meses. Pouco a pouco abre-se espaço para bandas veteranas de Mogi – e aqui cabe a explicação de que estão inclusos nomes de outros cantos do Alto Tietê também, por participarem ativamente do cenário local.

Há uma seção mais alternativa, outra mais acústica, uma mais psicodélica, uma mais experimental. Também tem soft rock, metal, indie rock. É uma colcha de retalhos que faz sentido, que narra a trajetória de uma pujante produção autoral nos últimos tempos, não apenas em estilos musicais como também em mensagens, letras e melodias que se completam e compartilham sentimentos.

Os responsáveis pela organização e curadoria são o selo Overdrive, onde lê-se Camilia Dorizio e André Marques; e também Sérgio Jomori, artista independente que permeia diferentes grupos musicais.

É preciso creditar, ainda, Gabriel Coiso, outro artista mogiano, este responsável pela arte de capa do projeto, uma pintura chamada ‘Churrasco da Terra’, que contribui em grande medida para a fruição dos sentimentos contidos na coletânea.

Com uma hora e dez minutos ininterruptos de música, o vídeo ficará disponível no YouTube, certamente servindo de trilha sonora para o trabalho e para o lazer de muitos mogianos. Mas as ‘Fábricas de Combate ao Tédio’ não se limitam à internet, e muito em breve, devem figurar em outros eventos presenciais, a exemplo do que rolou no Beco Bar.

O público pode esperar por mais festas, seja com música ao vivo ou com discotecagem, com distribuição de CD físico e com outras intervenções. Porque somente o agito, o entretenimento, o fato de ver e ser visto, é que vai propagar ideias, provocar reflexão e dar um fim à tão indesejada monotonia.

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