A violência, em suas diversas formas, é um fenômeno intricado que permeia todas as esferas da sociedade, causando impactos emocionais profundos em suas vítimas (Minayo, 2006). Considerado um problema de saúde pública de proporções alarmantes, a violência tem sido objeto de preocupação crescente em todo o mundo, dadas suas graves consequências individuais e sociais (Krug et al., 2002).
Uma pesquisa conduzida pela Mestranda em Saúde e Comunidade, Káren Maria Rodrigues da Costa, e pelo Dr. em Psicologia e Psicólogo, Cássio Eduardo Soares Miranda, ambos da Universidade Federal do Piauí (UFPI), revela dados alarmantes sobre a relação entre bullying, cyberbullying e suicídio. Realizada em diversos países, incluindo Bolívia, Costa Rica, Honduras, Peru, Uruguai, Austrália e Brasil, a pesquisa, em conformidade com a Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca que mais de 800.000 pessoas tiram suas próprias vidas a cada ano, sendo essa a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade. O fenômeno já é caracterizado como um verdadeiro problema epidemiológico, exigindo ações urgentes e enérgicas para combatê-lo.
O bullying e o cyberbullying, em suas diversas manifestações, contribuem significativamente para o aumento dos casos de suicídio entre os jovens. O constante assédio, a intimidação e a exposição à violência verbal ou física têm um impacto devastador na saúde mental e emocional das vítimas, muitas vezes levando-as a estados de profunda angústia e desespero. O alcance virtual do cyberbullying, por sua vez, amplifica ainda mais o sofrimento, tornando-o incessante e invasivo, mesmo nos espaços considerados seguros.
Diante desse cenário alarmante, é imperativo que cada um de nós assuma a responsabilidade de combater e erradicar esse mal que tem ceifado tantas vidas precocemente. A divulgação de informações, a conscientização da sociedade e a promoção de ambientes seguros e acolhedores são passos essenciais nessa jornada. Ao educarmos nossos jovens e adultos sobre os efeitos devastadores do bullying e do cyberbullying, podemos criar uma cultura de respeito, empatia e solidariedade, oferecendo um antídoto poderoso contra essa epidemia silenciosa.