InícioFábio Ap. Doll de MoraesIgualdade ainda que tardia

Igualdade ainda que tardia

Fábio Ap. Doll de Moraes, Tenente Coronel da Reserva.

O certo e o justo e o legal deveriam estar sempre alinhados no nosso dia a dia, mas não é o que acontece, em regra o mais rápido e mais informado leva vantagens sobre os mais fracos e menos avisados.
Há um brocardo jurídico que diz que o direito não socorre os que dormem.
Traduzindo para o coloquial marisco que dorme a onda leva.
Mas o que mais incomoda não é o fato de que alguns conseguem, mesmo por malandragem, o seu intento, o que incomoda é que todos são iguais, mas alguns são tratados como mais iguais que os outros. Estou falando de preconceito.
Preconceito não tem cor, raça, gênero, direcionamento político, esportivo etc. Preconceito se encontra em qualquer lugar.
E o preconceito, para mim, é o não reconhecimento das semelhanças, desejos e necessidades.
Em uma família por exemplo nos conseguimos reconhecer seus membros, pela aparência, maneirismos, rotinas e idiossincrasias que todos tem.
Mas entre os próprios membros da família só se reconhecem pelas diferenças. Um tem o nariz torto, outro as sobrancelhas mais grossas, um mais alto, outro mais gordo, peculiaridades que o observador externo nem nota.
Em sociedade é comum a discriminação porque um faz algo diferente da maioria e não se percebe que é essa diferença que traz a riqueza da cultura de um povo.
Os antigos diziam o que seria do amarelo se todos só gostasse do vermelho?
O Pai do Steven Universo diz “- Se o porco inteiro fosse perfeito não haveria cachorro-quente” são as diferenças que trazem as grandes mudanças.
O homem sempre invejou os pássaros por voarem, um dia um homem disse “– vou voar. “acharam que ele era louco, bom, Leonardo Da Vinci não voou, mas estava limitado pela ciência da época. Mas plantou a semente. Séculos depois o homem voou em um balão, outro disse, “-vou voar com o mais pesado que o ar.” Novamente foi tomado como louco, veio o 14Bis e provou que era possível. Voar com o mais pesado que o ar e por sua própria propulsão.
Tudo isso se alinha com que Albert Einstein dizia, “O impossível existe até que alguém duvide dele e prove o contrário.”
A tolerância é uma das maiores virtudes. Quando perguntado quantas vezes devemos perdoar, Jesus disse “não sete vezes, mas setenta vezes sete” , eu entendo que mesmo o perdão tem limite e quando se chega no limite se exercita a tolerância.
A igualdade entre as pessoas é uma utopia, cada um tem suas características próprias, mas o respeito a essas idiossincrasias deve ser a amalgama de uma sociedade justa e perfeita.
Costumo dizer que se o substrato é tóxico a colônia não se desenvolve, como exemplo vemos os fungos proliferando em um pão. O ser humano não é diferente, se o mundo tornar-se toxico a humanidade vai sucumbir, o que não vem acontecendo, muito pelo contrário a sucumbência da humanidade pode vir por escassez de recursos, mas por enquanto ela vem crescendo em escala geométrica, e naturalmente os problemas decorrentes também e a meu ver o preconceito é um fator que deve ser combatido, nos moldes do que Rui Barbosa disse no discurso aos moços “…Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.” Ou seja, aumenta-se a desigualdade quando tenta-se igualar os desiguais.
Somos todos iguais, em desejos, potencial e esperança, portanto, mais do que nunca peço ao pai eterno que dê pão a quem tem fome e fome de justiça a quem tem pão.

Publicações Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Populares

Últimos Comentários

Leonardo on De mulher para Mulher
Tatiane Alves dos Santos on De mulher para Mulher