InícioAndré MeloO perigo oculto contido na receptação

O perigo oculto contido na receptação

Fred era detentor de sucesso com sua potente motocicleta esportiva. Realizava manobras arriscadas, acelerava, empinava… As acrobacias sobre duas rodas rendeu a consente abordagem policial.

Os servidores da segurança, durante averiguação, constataram que o emplacamento não conferia com a numeração do chassi. Para seu desespero, a pesquisa pelo sinal identificador indicou que a moto tratava-se de produto de roubo. O jovem, na ânsia de ostentar uma motocicleta esportiva, adquiriu através de anúncio em rede social, por preço muito abaixo do padrão. Sequer documento foi fornecido, mas para ele, o foco era a posse da sonhada motocicleta, para realizar acrobacias (os famigerados “graus”) e sequer preocupou-se com questões documentais/vistorias.


Autuado em flagrante delito, gerou revolta na família, afinal, asseveravam que o jovem “não era ladrão”. Não adiantava o argumento de que, adquiriu produto de origem ilícita também se tratava de crime, a exemplo do caso em tela. Insistia a família: — só porque a moto era roubada?, mas não foi ele quem roubou!
Durante o alarde, surgiu no plantão policial um rapaz, equilibrando-se com auxilio de uma muleta, identificando-se como proprietário da motocicleta apreendida e que estaria presente para recuperar o bem que adquiriu com tanto sacrifício. Salientou que, durante o roubo em que foi vitima, foi alvejado por um disparo de arma de fogo, que ocasionou uma restrição nos movimentos de um membro inferior.


Até então, os familiares de FRED, que abusavam das assertivas defensivas, silenciaram. A fúria entoada, deu espaço a comoção. Todos olharam o rapaz lesionado, pessoa que obtinha um bem dentro da legalidade, sendo ultrajado pela ação de salteadores. Familiares, em silencio, realizaram rateio e pagaram a fiança de FRED, que respondeu em liberdade.


A sociedade pouco percebe a gravidade da receptação. Não obstante ser um crime que, para sua prática, não se dispõe de violência ou grave ameaça, favorece a pratica de outros crimes. Só existe o furto, o roubo (praticado mediante violência ou grave ameaça), por existir pessoas que se adquirem os objetos resultantes deles. Quem rouba um celular ou qualquer outro objeto, certamente tem o intuito de vendê-lo, o mesmo se aplica a carro, moto. A exemplo da sobredita motocicleta, há por trás um enredo de sofrimento, algumas vezes com graves lesões, com desfalques financeiros e até morte.Quem adquire um bem de procedência ilícita, está sendo conivente com outras práticas criminosas. Antes da aquisição de veículos, celulares, por exemplo, nunca é demais realizar pesquisas, a fim de confirmar a origem. Como diz o velho jargão: “todo cuidado é pouco”.

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