Em 2024, o fotógrafo e documentarista ferrazense Fabrício Augusto comemora 10 anos de carreira com a abertura da exposição “Trajetos e Trajetórias: Uma Década de Fotografia”. A exposição será realizada no dia 9 de novembro no recém-inaugurado Centro Cultural Castelo Zenker, a partir das 14 horas, marcando Fabrício Augusto como o primeiro artista a expor neste importante espaço, que simboliza a rica história da cidade de Ferraz de Vasconcelos.
Vindo de uma realidade humilde, Fabrício Augusto revela que começou sua jornada fotográfica em 2014, utilizando apenas um aparelho celular. Ele destaca a relevância do uso dessa ferramenta até os dias de hoje para a construção do seu trabalho. Iniciou sua trajetória fotografando principalmente a rua e seus desdobramentos como cidade e sociedade – pauta que mais tarde serviria como ideia central para criação e ideia dos seus três filmes já estreados. Ressalta que esse período da sua vida desempenhou um papel crucial em sua trajetória para pensar arte e cultura, e principalmente para se reconhecer sendo um artista da imagem.
A sua ida precoce aos 14 anos a cidade de São Paulo se deu na necessidade de contribuir para o sustento familiar, além disso, desejava conquistar sua primeira câmera fotográfica, que se concretizou em 2016, com o apoio de sua mãe. A segunda fase de sua carreira foi marcada por uma forte ligação e influência com o teatro, onde começou a fotografar peças utilizando uma câmera semiprofissional.
A sua ligação com essa manifestação artística se mantém até hoje em seus principais trabalhos, onde já teve a oportunidade de trabalhar com importantes grupos e coletivo teatrais, entre eles, destaca o Teatro da Pombagira, Coletivo Estopô Balaio e o Teatro da Neura que carrega um laço estreito e já fotografou – e também produziu, mais de dez peças teatrais do grupo.
Com influência do teatro, sua paixão pela fotografia de palco e shows o levou a trabalhar com artistas nacionais renomados, como: Criolo, Emicida, Tássia Reis, LuedjI Luna, Gilsons, Letrux, Bia Ferreira, Bruno Capinan, Jorge Aragão, entre outros, já enquanto morou no Canadá trabalhou e fotografou artistas internacionais como a banda colombiana INDUS, Sonic Griot e Matt Somber. Mais recentemente, Fabrício Augusto se dedicou à fotografia documental, transitando entre fotografia e audiovisual, resultando em três filmes: “O Som do Silêncio”, que aborda o isolamento social durante a pandemia; “A Vida Real”, que retrata a recuperação social após o confinamento (ambos contemplados e premiados em editais públicos) e “Os Fios do Sertão”, que aborda sua afetividade com o Ceará, selecionado para o prestigiado festival de cinema independente 1Minuto.
Como destaque sendo documentarista, seu filme “Todo Menino É Um Rio”, filmado no sertão do Ceará, que retrata o importante e emblemático Rio Jaguaribe e seus desdobramentos para a população em suas margens, esse importante trabalho também gerou uma exposição fotográfica na Biblioteca Municipal de Ferraz de Vasconcelos José Andere, com recorde de público em 2022, no mesmo ano, estreou o filme com exibição única no Cinema Municipal Wilma Bentivegna, em Suzano.
Como destaque durante sua trajetória, em 2024, foi convidado pelo Museu das Favelas para participar da exposição itinerante “Favela é Giro”, que inclui suas obras “A Vida Real” (audiovisual) e “O Aniversário do Diabo” (fotografia), que passará por diversas cidades espalhadas pelo Brasil, incluindo Ferraz de Vasconcelos em fevereiro de 2025. Além dos seus diversos trabalhos fotográficos, Fabrício Augusto desenvolve dois trabalhos autorais significativos: “Meu Corpo E”, que promove a aceitação do corpo nu como ato político, e “TransCidades”, que destaca histórias da comunidade trans e travestis. Do teatro à fotografia de palco. De projetos autorais com temáticas do corpo nu e a importância da comunidade trans e travestis à fotografia documental.
De Criolo e Emicida a INDUS e Matt Somber. Do Ceará a São Paulo. Do Brasil ao Canadá, a exposição “Trajetos e Trajetórias” (projeto selecionado pela Lei Paulo Gustavo) trará imagens emblemáticas e importantes dos últimos dez anos, incluindo obras inéditas e registros de seu intercâmbio cultural em Toronto entre 2023 e 2024. O espaço ainda contará também com uma sala totalmente dedicada aos seus trabalhos audiovisuais, e com uma festa de abertura comandada pelo DJ Jaylasse, com o melhor da música brasileira, num dia que promete ser um marco para a trajetória do artista.