Para combater o racismo contra pessoas negras no comércio local, o Procon de Ferraz de Vasconcelos decidiu criar um núcleo de atendimento especializado denominado de Procon Racial.
Na prática, esse braço do órgão pretende atender e verificar denúncias, casos e constrangimentos
relacionados à situação racial de consumo nos estabelecimentos comerciais da cidade.
O assunto foi debatido durante reunião com representantes do Conselho Municipal de Promoção e Igualdade Racial (Compir-FV), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Legislativo, na sexta-feira, dia 22, na Câmara Municipal, no centro. De acordo com a diretora do Procon
Municipal, Juliane Gallo, a ideia de implantar unidade racial surgiu após o recebimento de uma reclamação feita por uma moradora. Na ocasião, a cidadã negra alegou ter sido constrangida quando fazia compras em um supermercado local e, com isso, passou a ser vigiada, ou
seja, acompanhada por seguranças e pelo gerente do estabelecimento comercial.
Por isso, a moradora de nome Márcia registrou uma queixa no Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) do supermercado, mas não obteve
nenhuma resposta.
Ainda, segundo representantes do movimento negro na cidade, a cena lamentável enfrentada pela moradora de Ferraz de Vasconcelos é muito mais comum do que as pessoas imaginam. Por isso, a criação do Procon Racial tem tudo para inibir esse tipo de comportamento criminoso. Por outro lado, para conscientizar à população sobre o tema, o órgão quer elaborar uma cartilha ou até mesmo um selo antirracista.
No fundo, o atendimento especializado em casos de racismo contra pessoas negras começa nesta segunda-feira, dia 25, na sede do Procon
Municipal, na Rua Américo Trufelli, 60, no Parque São Francisco, dentro das dependências do Centro de Integração da Cidadania (CIC). A meta é atuar em parceria com o movimento negro na cidade.
Uma nova reunião deverá ocorrer nos primeiros meses do ano que vem.
Presente no encontro, o presidente da Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos, vereador Hodirlei Martins Pereira (MDB), o Mineiro, afirmou que é bastante constrangedor ainda nos dias atuais setores da sociedade continuarem tratando pessoas negras com discriminação. Para ele, esse tipo de situação precisa ser banida de vez da convivência humana. “A
Câmara Municipal apoia totalmente essa iniciativa”, diz.
Por Pedro Ferreira, em 25/11/2024.
