A operação da Polícia Federal (PF) deflagrada recentemente revelou um plano de golpe que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Embora diversos detalhes tenham sido revelados, algumas questões permanecem sem resposta. A seguir, um resumo do caso e os principais pontos de dúvida.
O plano e seus responsáveis
O plano, intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, foi elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes, ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O objetivo era desestabilizar o governo eleito de 2022, com ações que incluíam o assassinato das principais lideranças do Executivo e do Judiciário.
Cinco pessoas foram presas no Rio de Janeiro durante a Operação Contragolpe, incluindo Mario Fernandes, um policial federal e três tenentes-coronéis do Exército. Os militares pertenciam ao grupo “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais treinados para missões sigilosas
Dúvidas não esclarecidas
Embora o plano tenha sido identificado e desarticulado, algumas questões continuam sem resposta:
Por que o plano foi abortado?
Em 15 de dezembro de 2022, o grupo estava posicionado para executar uma ação contra Moraes, mas a missão foi cancelada.
Mensagens interceptadas indicam que o adiamento de uma sessão do STF influenciou a decisão, mas não está claro por que isso foi determinante.
Como Alckmin seria assassinado?
O documento elaborado por Mario Fernandes detalha métodos para matar Lula (envenenamento ou uso de químicos) e Moraes (explosivos ou veneno), mas não esclarece como Geraldo Alckmin seria executado.
Quem estava no veículo militar?
A PF identificou que um carro oficial do Exército acompanhou o deslocamento de um dos envolvidos entre Goiânia e Brasília. No entanto, os ocupantes do veículo ainda não foram identificados.
Houve participação de outras pessoas?
As investigações sugerem que mais indivíduos podem ter conhecimento ou envolvimento no plano, incluindo o ex-ministro Walter Braga Netto. Também foi mencionada a busca por novos aliados no Rio de Janeiro, mas a extensão dessa rede ainda é desconhecida.
Quem era “Juca”?
Além de Lula, Alckmin e Moraes, havia um quarto alvo identificado pelo codinome “Juca”. A investigação aponta que essa pessoa seria uma figura influente na articulação política, mas não conseguiu determinar sua identidade.
O que se sabe até agora
O plano foi considerado uma ação com características terroristas, envolvendo logística complexa e o uso de recursos públicos e militares. Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, os suspeitos chegaram “muito perto” de executar o golpe. A descoberta evitou uma possível crise de grandes proporções no país.
O caso segue em investigação, com novas revelações aguardadas.