Representantes do consórcio trocaram experiências durante seminário organizado pelo Instituto do Legislativo Paulista
O Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat+) contou com representantes na composição de um painel de discussão sobre políticas públicas para população em situação de rua. Por meio de compartilhamento de experiências, integrantes do poder público apresentaram seus desafios, possíveis alternativas para promover a inclusão dessas pessoas e o fortalecimento da rede de assistência social.
O seminário intitulado “Ninguém mora na rua: emergência social, dados e intervenções para a população em situação de rua em São Paulo”, foi organizado pelo Instituto Legislativo Paulista (ILP), na tarde desta terça-feira (8/4), na sede da Assembleia Legislativa de São Paulo.
A abertura contou com a apresentação de um panorama sobre a população de rua no país apresentado pela especialista em Políticas Públicas no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Luciane Dias, que levantou questões relacionadas a invisibilidade deste público, preconceitos e direitos que envolvem a “ocupação” da cidade.
Os representantes do Condemat+ participaram do painel: “O papel dos gestores na construção de políticas para a população em situação de rua”. O coordenador da Câmara Técnica de Assistência Social do Condemat+, e secretário da pasta em Guararema, Vanderlon Gomes, afirmou o caráter humano que é necessário ser aplicado ao tratar das pessoas em situação de rua. Ele reforçou que a realidade dos municípios menores é diferente, pois oferece uma relação mais próxima entre os técnicos da assistência e quem precisa de atendimento. Entretanto, disse que o consórcio permite que ele tenha um olhar ampliado sobre este desafio.
“Na minha cidade temos poucas pessoas em situação de rua, mas, como coordenador da Câmara Técnica (do Condemat+) eu não posso pensar somente na minha. Temos Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, que são cidades maiores, e onde há a linha do trem, que é por onde eles mais transitam e migram pelos municípios. Por isso, temos de pensar de forma conjunta”, apontou.
A coordenadora adjunta na CT, e secretária de Assistência Social de Biritiba Mirim, Gabriela de Mello, reforçou a importância das ações integradas entre os municípios jogando luz a outra barreira que recai sobre a falta de recursos financeiros para o desenvolvimento de programas.
“O município abarca com quase 70% do financiamento da assistência. Os programas existem no papel, mas a execução fica a cargo das prefeituras. Temos ações regionalizadas no Condemat+ como a Residência Inclusiva e a Casa Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência que funciona com cofinanciamento de forma exitosa”, exemplificou.
A secretária de Assistência Social de Mogi das Cruzes, Daniela Salvador Mariano, também apresentou experiências e dados de sua cidade e acendeu um alerta acerca do envelhecimento da população de rua – o que requer políticas públicas diferenciadas para este público – e o adoecimento mental dos trabalhadores que atuam nos equipamentos sociais. Sobre este último ponto, ela também frisou a necessidade de haver um olhar humanizado sobre esta realidade.
O painel foi mediado pela secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de Atibaia, Patrícia de Oliveira Ianda, e da titular da pasta de Piracicaba, Fernanda Varandas.