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‘Vacina contra chikungunya é grande avanço para ciência brasileira’, diz diretor da Fundação Butantan

Agência SP

Em entrevista ao programa 3, 2, 1, Gustavo Mendes afirma que imunizante deve ser incorporado ao Programa Nacional de Imunizações

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na segunda-feira (14), a primeira vacina contra a chikungunya no Brasil. O imunizante foi desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica francesa Valneva. Em entrevista ao programa 3, 2, 1 da Agência SP, o diretor de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Estudos Clínicos da Fundação Butantan, Gustavo Mendes, avalia que a aprovação é um grande avanço para a ciência brasileira.

“É uma vacina de alta complexidade, com uma tecnologia bastante inovadora. O primeiro imunizante contra a chikungunya aprovado no Brasil é um grande avanço para a ciência brasileira, além de um marco significativo para a saúde pública, já que a doença afeta o país de forma relevante”, ressalta Mendes. A vacina foi avaliada nos Estados Unidos em 4 mil voluntários de 18 a 65 anos, e apresentou bom perfil de segurança e alta imunogenicidade: 98,9% dos participantes do ensaio clínico produziram anticorpos neutralizantes, com níveis que se mantiveram robustos por ao menos seis meses.

O imunizante poderá ser incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em breve. Mendes explica que as negociações com o Ministério da Saúde para definir a incorporação e o preço do imunizante já estão em andamento. “É o Ministério que vai organizar e planejar a vacinação, considerando que a chikungunya afeta regiões do país de forma desigual”, disse.

Previne contra a dengue?

Apesar de transmitida pelo mesmo vetor da dengue e do zika vírus — o mosquito Aedes aegypti — a chikungunya é causada por um vírus distinto. Por isso, a nova vacina não previne contra os sintomas da dengue ou de outras arboviroses. “São vacinas diferentes porque são vírus diferentes”, destacou Mendes. A Fundação Butantan também conduz estudos para vacinas contra a dengue, que ainda estão em processo de avaliação pela Anvisa.

A expectativa é que, após a definição de critérios de distribuição e preço, o imunizante esteja disponível nos postos de saúde, contribuindo para a redução dos casos e das complicações causadas pela chikungunya — doença que pode provocar febre alta, dor intensa nas articulações e, em casos prolongados, sequelas debilitantes.

Ainda não existe tratamento específico para chikungunya. Além da vacinação, é importante manter o controle de vetores, com ações como esvaziar e limpar frequentemente recipientes com água parada, como vasos de plantas, baldes, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e descartar adequadamente o lixo.

 

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