InícioAndré MeloResgate a criança interior

Resgate a criança interior

A fase infantil remonta o ápice da alegria. De todo enredo vivido, extrai-se risos e felicidades. A chuva que preocupa a mãe, torna-se palco de euforia no banho ao ar livre dos pequenos; o barro, formado pelas torrentes, aguça os risos quando desliza entre os
dedos do pé, provocando cócegas; Os palhaços, ainda que tenham repertório árido, fomentam deliciosas gargalhadas. Tudo é motivo para alegria.
A ingenuidade pueril não permite que as crianças, nas brincadeiras, percebam o quão sofrível é a vida adulta e por este desconhecimento, fazem das recreações representações de pessoas maduras : brincam de policiais, professores, atletas, pilotos de carro, médico. Sonham em transpor o período infantil e se transformar em “gente grande”.
Exaurida a fase infantil, deparamo-nos com o advento da maturidade e, com ela, a responsabilidade. Todo anseio dos pequeninos em ser adulto termina, pois antes era
apenas a fantasia e hoje a cruenta realidade. O ambiente laboral, a maternidade, paternidade, as dores, preocupações, ansiedades… Surge com isso a saudade dos tempos em que imperava o mundo de fantasias. Mas o caminho é sem volta! A jornada adulta é importante para o progresso pessoal e material. Os percalços geram a rispidez, a fadiga, a impaciência. Muitos adultos, calejados pela rotina, adotam postura casmurra e séria, suprimidos por certas convenções sociais.
Entretanto, como em toda regra há ressalvas, vemos jovens de 50, 60, 70 divertir-se nas águas da chuva de verão, sem se importar com olhares de reprovação. As robustas águas pluviais formam o barro vermelho, escorregadio, campo atrativo para os senis deslizarem no lamaçal e rirem até faltar o ar e doer o abdome. Esquecem das dores, da tristeza, da rotina, do que pensam a seu respeito. Após a tempestade, quando o astro rei ressurge no firmamento, os jovens aproveitam para dançar ao ar livre, aderindo ao espirito juvenil.
Seguindo o curso contrário dos infantes nas recreações, resgatam a criança
interior, despojando-se de qualquer convenção e pudor e divertem-se. Por um dia, esquecem da rotina e a trocam pela roda gigante.

André Luiz Costa de Melo Escrivão de PolÍcia- 1º DP de Suzano

Publicações Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Populares

Últimos Comentários

Leonardo sobre De mulher para Mulher
Tatiane Alves dos Santos sobre De mulher para Mulher