A forma que vejo o mundo
É azul da cor do céu e mar
Vermelho como a rosa no jardim
Amarelo como o mel no meu pão
Junto tudo e tenho o roxo da uva
O verde da folha
O laranja do arrebol na tarde
Vejo tudo de forma direta
Não entendo a sutileza da ironia
Mas sou feliz, não sinto apatia
Irrita o som estridente
Comovo como toda a gente
Sou autista vejo o mudo de forma concreta
Me fecho, mas anseio a compreensão
Que comove meu coração
Borboleta
Cores cálidas denotam a vida
Gotas languidas escorrem na face
A lagarta faz a subida
Na folha verde da alface
Há quem diga do desenlace
Surja um novo empasse
Come a folha a lagarta
De maneira que até se farta
A cor está escondida
Na crisálida adquirida
Entumece com força a couraça
E, rompe com muita graça
Exibindo a borboleta as asas
Colorida e exuberante
esvoaça de forma errante
no jardim de forma elegante.
Fábio Ap. Doll de Moraes, Tenente Coronel da Reserva