Ferramenta inédita é um dos resultados do estudo de disponibilidade hídrica em fase final de execução; iniciativa é financiada pelo Fehidro
A área do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (CONDEMAT+) ganhou um importante aliado para o uso racional dos recursos hídricos com o Mapa de Zoneamento do Potencial Produtivo para Exploração de Águas Subterrâneas. A ferramenta inédita integra um estudo do consórcio, que visitou cerca de 500 propriedades rurais para identificar quais as principais características do solo, da produção e da captação de água nas unidades. A apresentação dos resultados foi feita nesta segunda-feira (13), na sede da Secretaria de Agricultura de Mogi das Cruzes, para gestores municipais, representantes de entidades e produtores agrícolas.
Iniciado em 2021, o “Estudo para identificação da disponibilidade hídrica subterrânea com vistas à redução da demanda superficial hortifrutigranjeira na Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Alto Tietê Cabeceiras (APRM-ATC)” contemplou os municípios de Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes, Salesópolis e Suzano. O levantamento foi executado pela Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT) e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro).
O mapa de zoneamento representa um importante norte para as administrações municipais atuarem em parceria com o Governo do Estado como foco na busca de soluções e investimentos para a região, além de apoiar os produtores rurais, que poderão identificar quais locais têm maior sucesso nas perfurações de poços tubulares.
“Em 2014 tivemos uma grande crise hídrica, que afetou fortemente nossos agricultores e ainda gera reflexos na região. É de fundamental importância ter um estudo e os apontamentos para que não se use apenas a água superficial, mas também a dos lençóis freáticos. Isso é essencial, tanto para o abastecimento de água, quanto para a alimentação, pois são os produtos das nossas cidades que chegam à Capital”, analisou o presidente do CONDEMAT+, Vanderlon Gomes, prefeito de Salesópolis.
O levantamento busca ser uma alternativa para eventual escassez hídrica. Hoje, sete em cada 10 propriedades agrícolas da área do CONDEMAT+ dependem da captação de água superficial para manter as lavouras, a tecnologia ainda deve se manter como a principal fonte para a agricultura, no entanto, é preciso otimizar e incentivar o uso racional da demanda através de técnicas de irrigação, assim como estimular a captação subterrânea. “Sempre houve a necessidade de ter esse estudo hidrogeológico. Hoje, estamos com resultados muito promissores, mas é a ponta do iceberg. Acredito que seja uma opção para nossos produtores, que são os verdadeiros guardiões dos recursos naturais”, destacou o coordenador da Câmara Técnica de Agricultura do CONDEMAT+, Felipe Almeida, secretário de Agricultura de Mogi das Cruzes.
O estudo vem na esteira das ações do consórcio para discutir projetos e alternativas para mitigar possíveis efeitos das mudanças climáticas, pauta que é tratada com prioridade por diversos grupos de trabalho do CONDEMAT+. “Esse é um dia histórico para a região e representa uma importante radiografia. Ter esse mapa é o ponto de partida para nossa autossuficiência hídrica com qualidade e respeito. Esse primeiro mapeamento é o início para que de fato a nossa região valorize ainda mais nossos agricultores”, reforçou o coordenador de Gestão Ambiental do consórcio, Daniel Lima, secretário adjunto de Meio Ambiente e Proteção Animal de Mogi das Cruzes.
Ao todo, o estudo, que ainda está em fase de conclusão, focou em 10 microbacias: Estrada Tani/Hino; Córrego Balainho; Rio Doce; Cocuera; Rio Acima; Sogo/Irohy; Estrada do Chá; Clube de Campo Sakura; Escola Japonesa e Córrego Peroba. Nelas estão localizadas 12 sub-bacias. O projeto teve a parceria dos Sindicatos Rurais e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati).