Existem muitas razões para a infidelidade, como vingança, tédio, a emoção da novidade, o vício sexual… Mas especialistas dizem que, na grande maioria das vezes, as motivações diferem de acordo com o gênero, com os homens buscando mais sexo ou atenção e as mulheres procurando preencher um vazio emocional.
Procurando por uma conexão emocional
Cada caso é diferente, assim como as razões de cada mulher para seu envolvimento. No entanto, a antropóloga biológica da Rutgers University, Helen Fisher, autora de Por que Ele, Por que Ela? (Editora Rocco) diz que os homens são mais propensos a citarem motivações sexuais para a infidelidade e são menos afeitos a se apaixonarem por uma parceira extraconjugal.
As mulheres, ela diz, tendem a ter uma conexão emocional com seu amante e são mais propensas a terem um caso por causa da solidão. “As mulheres tendem a ser mais infelizes com o relacionamento em que estão, enquanto os homens podem ser muito mais felizes no relacionamento principal e também traírem. As mulheres estão mais interessadas em complementar seu casamento ou pular do barco do que os homens – para eles, é uma estratégia secundária em oposição a uma alternativa”, diz Helen, que descobriu que 34% das mulheres que tiveram casos eram felizes ou muito felizes em seu casamento enquanto 56% dos homens que tiveram casos eram felizes em seu casamento.
Está nos genes de uma mulher?
A teoria de que o adultério é “natural” para os homens, satisfazendo sua necessidade darwiniana de espalhar sua semente, existe há muito tempo. Mas a conexão que as mulheres procuram quando têm casos também pode ter raízes evolutivas. A teoria, diz Helen , é que desde os primeiros dias, as mulheres formavam pares com um companheiro primário para ter filhos.
Mas quando saíam para colher comida, dormiam com outros homens, criando uma apólice de seguro para terem alguém que ajudasse a criar os filhos e fornecesse recursos caso o companheiro morresse.
Saltando do barco: Usar outro parceiro para sair de um casamento ruim é uma das razões comuns pelas quais as mulheres têm casos. “Elas estão em um navio afundando e o usam como bote salva-vidas porque não querem apenas pular na água fria”, diz Winifred.
Ela também vê algumas mulheres tendo casos durante períodos de vulnerabilidade ou mudança de vida, como quando um filho vai para a faculdade ou após a perda do emprego. Elas podem ver isso como uma forma de conforto durante a agitação. Outro motivo comum é um pedido de ajuda no casamento. Uma das pacientes de Winifred (terapeuta de casamento), teve um caso, terminou e depois contou ao marido como uma forma de apontar que eles estavam com mais problemas do que pensavam. A terapeuta diz que sua experiência clínica mostrou que os casos quase sempre são causados por problemas no casamento. A terapia pode ser útil para evitar esse caminho.
As pessoas têm casos amorosos porque estão procurando alguma coisa”, diz a terapeuta. Embora ela veja vários casais lutando contra a infidelidade, “mais pessoas vêm até mim [antes que aconteça] porque querem salvar seu casamento”, acrescenta.
Casos com intenção: As mulheres também são menos propensas do que os homens a terem um caso que “simplesmente acontece” porque tendem a pensar mais e mais sobre a situação, dizem os especialistas.
Algumas demoram “para se acostumar com isso”, diz Marcella Weiner, professora adjunta do Marymount Manhattan College. “Entrar e sair rapidamente de um relacionamento não é comum para elas. Os homens podem ir embora com mais facilidade porque suas emoções são apenas diferentes e é incomum para uma mulher querer fazer sexo e esquecer isso.”Pode ser uma noção antiga de que as mulheres são as que se apegam em um relacionamento, diz Winifred. Mas ela vê que as mulheres se conectam com seus parceiros ao terem casos e pensam mais em ter esse relacionamento paralelo. “As mulheres realmente podem reconhecer o risco para elas, pois sabem que há a possibilidade de perder o parceiro por causa de um caso”, finaliza a terapeuta.