Salário-mínimo ainda não acompanha a inflação dos alimentos e outros bens essenciais
O custo da cesta básica na cidade de São Paulo apresentou uma redução de 2,75% em julho de 2024, marcando uma tendência de queda nos preços dos alimentos essenciais em todo o Brasil. Essa diminuição segue um padrão observado em 17 capitais monitoradas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), onde, em muitas cidades, os preços caíram significativamente.
De acordo com o levantamento do DIEESE, apesar dessa queda, São Paulo ainda lidera com o custo mais elevado entre as capitais, Florianópolis e Porto Alegre seguem a capital paulista, respectivamente. Nas capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta básica difere, os menores valores foram encontrados em Aracaju e Recife.
Para Gustavo Defendi, sócio-diretor da Real Cestas, empresa com mais de 20 anos de atuação no mercado de cestas básicas, a redução recente nos preços pode ser atribuída a uma combinação de fatores sazonais e medidas econômicas. “A queda nos preços em julho reflete, em parte, um alívio nas pressões inflacionárias sobre os alimentos, combinado com uma melhora na oferta de produtos básicos, como o arroz, em função de ações governamentais. No entanto, essa redução ainda não compensa o aumento acumulado de 6,41% no custo da cesta básica nos primeiros sete meses de 2024,” afirma.
A pesquisa do DIEESE também indica que, embora os preços tenham diminuído em julho, o salário-mínimo necessário para manter uma família de quatro pessoas em São Paulo deveria ser de 6.802,88 reais, ou 4,82 vezes o valor do atual, que é de 1.412,00 reais. Esse dado evidencia a persistente defasagem entre o rendimento mínimo necessário e o custo de vida nas grandes cidades brasileiras.
“Embora a redução nos preços seja positiva, ela não elimina a necessidade de políticas mais amplas e consistentes para garantir o poder de compra dos trabalhadores, especialmente em um cenário onde o salário-mínimo ainda não acompanha a inflação dos alimentos e outros bens essenciais. Por isso, é de extrema importância que as empresas continuem ofertando aos colaboradores o benefício da cesta básica, que tem se mostrado uma prática importante tanto para a empresa quanto para os beneficiados, pois impacta diretamente na saúde, bem-estar, motivação, valorização e produtividade dos trabalhadores”, finaliza Defendi.
Gustavo Defendi é sócio-diretor da Real Cestas, empresa que atua há mais de 20 anos no mercado de cestas básicas. Possui experiência corporativa, financeira e contábil no mercado da indústria alimentícia, gestão financeira, inteligência de negócios, estratégia e inteligência de mercado. Formação acadêmica na Escola de Engenharia Mauá e MBA em Estratégia de Mercado na Fundação Getúlio Vargas. Certificação para conselheiro no IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.