InícioAndré MeloÉ simples ser feliz

É simples ser feliz

Não era um campo de futebol. Nem tampouco de várzea ou de areia. Apenas um campinho improvisado aos fundos da casa, com espaço bem reduzido. Terreno plano com fragmentos de grama. Ao redor pequenas árvores e roseiras.

O singelo espaço foi palco de alegres momentos, proporcionados pela disputa de crianças munidas de uma bola de futebol. Dentre as crianças, um adulto com seus quase meio século, acima do peso ideal, mas que também se divertia, mesmo com a lentidão e ausência de oxigenação adequada.

O que importava naquele momento era a alegria de todos.
Traquinagens e jogadas que bem representavam a expressão “perna de pau”, aguçava as gargalhadas dos pequenos.
Na partida ocorreram algumas quedas, o que majorava as risadas. Findou o jogo, eis o resultado: pés sujos, chinelos quebrados, bola furada, respiração ofegante e muita alegria. O que parecia mera brincadeira, na verdade oculta algo muito além.


Para as crianças, sentir que um adulto despojou-se dos percalços cotidianos para incorporar o espírito infantil, igualando-se a elas no enredo simples, mas de grande valia, representou o ápice da alegria. Sentiram-se valorizadas ao verem um veterano entre elas.
Para o adulto, a oportunidade de abster-se de seriedade acometida pelas convenções humanas e incorporar o espirito jovem. Representar um fanfarrão, que sofre quedas, que se curva diante da destreza dos pequenos com a bola no pé, que fomenta as risadas dos atletas mirins, contagia a alma.


Cultivar a alegria é riqueza sem preço, mas de elevado valor. Correr, pular, gargalhar. Converte a alma casmurra em peralta. Senil em infante. Ranzinza em travessa. Contida em eufórica.
Despoje-se da couraça das convenções humanas por pequenas frações de tempo em mundo lúdico.
As vezes trocar o solene por banho de chuva é lenitivo para a alma

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