Recentemente, um cliente em um hotel da rede Hilton em Toronto pediu um hambúrguer “ao ponto” e foi surpreendido com um termo de responsabilidade, onde o restaurante do hotel se isentava de quaisquer reclamações relacionadas a danos ou doenças decorrentes do ponto de cozimento escolhido.
O cliente estranhou a situação, pagou a conta e não terminou de comer o hambúrguer.
A médica nutróloga Marcella Garcez, professora e diretora do Departamento de Fitoterápicos e Nutracêuticos da ABRAN, explicou que consumir hambúrguer malpassado ou “ao ponto” pode trazer riscos à saúde, principalmente pela possível presença de bactérias como E. coli e Salmonella na carne moída. Segundo Garcez, essas bactérias podem causar infecções alimentares, com sintomas como náuseas, vômitos, diarreia e cólicas abdominais, e, em casos mais graves, complicações sérias.
Para garantir a segurança, a médica recomenda que a carne moída seja cozida a uma temperatura interna de pelo menos 70°C, o suficiente para eliminar patógenos. A carne, mesmo ao atingir essa temperatura, ainda pode manter uma coloração rosada devido à presença de mioglobina, preservando também sua suculência.
Ela ressalta que a carne deve ser mantida refrigerada entre 1°C e 4°C durante todo o processo de produção e não deve ser deixada em temperatura ambiente entre 5°C e 60°C por mais de duas horas, uma faixa ideal para a proliferação de patógenos.
Marcella alerta que o consumo de carne crua ou malpassada é especialmente desaconselhado para grupos de risco, incluindo crianças, idosos, grávidas e pessoas com imunidade reduzida. Para garantir o ponto ideal do hambúrguer, a médica sugere o uso de um termômetro de cozinha, que deve ser
inserido na parte mais espessa do hambúrguer para medir a temperatura interna, garantindo que o preparo esteja
seguro, independentemente da preferência pessoal.