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Roda de conversa discute cuidados em liberdade e combate ao estigma da saúde mental

Evento reuniu pacientes, profissionais e estudantes em uma manhã de reflexão e troca de experiências no Cineteatro Wilma Bentivegna

A Rede de Atenção Psicossocial (Raps) da Secretaria Municipal de Saúde realizou, na manhã desta quarta-feira (28/05), uma roda de conversa para celebrar o “Mês da Luta Antimanicomial” no Cineteatro Wilma Bentivegna, no centro, para debater os cuidados em liberdade, o combate ao estigma da saúde mental e o fortalecimento das práticas humanizadas no atendimento psicossocial.

A iniciativa reuniu usuários, familiares, trabalhadores dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), integrantes do programa “Consultório na Rua” e estudantes do curso de Psicologia do Centro Universitário Piaget (UniPiaget). 

A manhã começou com uma apresentação de teatro protagonizada por pacientes do Caps Álcool e Drogas 24 Horas. A encenação retratou, de forma sensível e crítica, o tratamento manicomial a que pessoas com sofrimento psíquico eram submetidas no passado. A peça buscou provocar reflexão sobre a importância da reforma psiquiátrica e da luta antimanicomial, que defende o cuidado em liberdade como prática ética e política de saúde mental.

Logo após a apresentação, teve início a roda de conversa, protagonizada pelo jornalista Daniel Navarro Sonim e o escritor Walter Farias, que abordaram a produção do livro “O Capa-Branca: De funcionário a paciente de um dos maiores hospitais psiquiátricos do Brasil”, que reúne as memórias de Farias, ex-funcionário que se torna paciente, nos anos 1970, do Complexo Psiquiátrico do Juquery, em Franco da Rocha.

“A arte tem um papel transformador. Quando os próprios usuários sobem ao palco e contam, com o corpo e com a emoção, histórias que representam a dor e a luta de tantas pessoas, eles deixam de ser apenas pacientes e se tornam autores de suas narrativas. Isso é cuidado, isso é inclusão”, destacou a coordenadora da Raps, Carolina Jacob.

A atividade faz parte de uma série de ações realizadas pelas equipes da Raps para promover a conscientização sobre saúde mental, fortalecer os serviços e garantir a participação social. A diretora de Atenção à Saúde, Cintia Steffens Watanabe, destacou a importância da articulação entre os diferentes serviços da rede: “Estamos falando de um trabalho conjunto, que envolve cuidado, vínculo e acolhimento. Essa rede só se sustenta com a participação de todos os atores – profissionais, usuários, familiares e a sociedade. A humanização é o nosso norte”, disse.

“É fundamental criarmos espaços como esse, onde todos possam falar e ser ouvidos. A saúde mental deve ser cuidada de forma coletiva, com empatia, respeito e diálogo. Essa roda de conversa é uma expressão viva do nosso compromisso com o cuidado em liberdade e com a valorização da vida em todas as suas formas”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Diego Ferreira.

Para o prefeito Pedro Ishi, o fortalecimento da Raps é uma prioridade da gestão. “Valorizamos ações que ampliem a escuta, promovam cidadania e combatam o preconceito. Saúde mental não é tabu, é política pública, é dignidade e é dever do poder público garantir esse cuidado com respeito e qualidade”, destacou o chefe do Poder Executivo municipal.

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