Segundo dados de junho do Cadastro Único, 591 pessoas em Suzano vivem em situação de rua, enquanto em Mogi das Cruzes são 561. As duas cidades da região ficam atrás apenas de São Paulo, Guarulhos, Osasco e São Bernardo do Campo
Mogi das Cruzes e Suzano estão entre as seis cidades da Grande São Paulo com o maior número de pessoas em situação de rua inscritas no Cadastro Único. De acordo com levantamento do g1 com base em dados de junho do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, 591 pessoas em Suzano e 561 em Mogi das Cruzes vivem em situação de rua.
As duas cidades da região ficam atrás apenas de São Paulo, com 53.471, Guarulhos, com 1.165, Osasco, com 1.143, e São Bernardo do Campo, com 1.115.
Um levantamento do g1 com base nos dados de novembro de 2022 do CadÚnico, quando um total de 1.685 pessoas estava em situação de rua, apontou que os homens representavam 91% deste público nas cidades do Alto Tietê. A partir dos números, também foi possível identificar que 61,3% eram pessoas negras, sendo 46,23% pardas e 15,07% pretas; e 67,8% tinham entre 25 e 49 anos.
Acolhimento
O Instituto SOPA – Sociedade Organizada Pão que Alimenta – Dona Odette, de Mogi das Cruzes, é uma entidade que presta auxílio a pessoas em situação de rua e famílias em situação de vulnerabilidade na cidade há cerca de 40 anos.
André de Camargo Almeida, secretário do instituto, é um dos cerca de 100 voluntários da organização que contribuem para amenizar os impactos de vulnerabilidade desta população.
“O acolhimento dessas pessoas não é fácil. Eles estão iludidos com a ideia de que a rua lhes dá maior liberdade. Modificar essa visão não é fácil e demanda muito esforço. Gostaria de ter a resposta para tão tormentosa questão, mas se nem mesmo as pessoas que estudaram para esse fim ainda não conseguiram encontrar uma resposta, quem seria eu para tê-la? O que podemos fazer enquanto a solução não é encontrada é acolher cada irmão com o máximo de carinho possível”.
Mapeamento dos municípios
Um dos serviços oferecido pelas cidades do Alto Tietê ao longo do ano é a abordagem social. Ele permite o mapeamento da população de rua, que é flutuante, e a inclusão em programas sociais e assistenciais, assim como encaminhamento para atendimento de saúde, renovação de documentos e fortalecimento do vínculo familiar.
De acordo com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, durante todo o ano é feito um trabalho de abordagem social à população de rua, que localiza este público e trabalha no convencimento e tentativa de encaminhamento das mesmas para outros equipamentos e serviços, buscando retirá-los da situação de risco. Além disso, o município oferece ainda o Centro POP, que é a unidade de referência no atendimento a esse público.
Já a Prefeitura de Suzano informou que o trabalho de abordagem do público em situação de rua realizado pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) permite entender as demandas mais urgentes, proporcionar reingresso social e indicar e viabilizar atendimentos.
