Você já ouvir falar em transplante de fezes? Pois é, o procedimento se tornou uma forma de terapia para quem sofre de casos persistentes de Colite pseudomembranosa, uma inflamação no cólon causada pela bactéria Clostridium difficile, além de também estar ainda em fase de testes para ajudar no combate à obesidade.
O transplante de fezes ou transplante de microbiota fecal – batizado com um nome um pouco mais amigável – tem o objetivo de repovoar o intestino de pessoas doentes com micro-organismos retirados de pessoas saudáveis. Para realizar o procedimento as fezes são diluídas e então transplantadas.
Com o sucesso no tratamento de pessoas que sofrem com a Colite pseudomembranosa, o procedimento está sendo testado para ajudar em relação a outras doenças, como a Doença de Crohn – formação de cicatrizes no intestino – e a obesidade. “O grande negócio é que realmente pode fazer muita diferença no tratamento da obesidade. Não é que o transplante vá emagrecer a pessoa, mas sim tornar o processo mais eficiente, ao mudar a microbiota e fazer com que o paciente emagreça mais rápido”, explica Henrique Fillmann, presidente da Sociedade Brasileira Coloproctologia (SBCP).
Mesmo sendo um procedimento relativamente novo, já existem bancos de fezes no mundo, como o da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que conta apenas com o material de três doadores e o projeto OpenBione, no Estados Unidos, que já auxiliou 10,9 mil transplantes.