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O que está acontecendo no Rio Grande do Sul? Estado enfrenta o maior desastre da história

Rio Grande do Sul decretou calamidade em razão das enchentes; mais de 30 pessoas já morreram

Rio Grande do Sul enfrenta fortes chuvas desde o dia 29 de abril, configurando uma das piores tragédias climáticas da história do estado. O temporal, que deve perdurar esta sexta-feira (3), já resultou em mais de 30 mortes e afetou 300 mil pessoas, segundo dados atualizados.

Além da live do governador, a Defesa Civil do Estado divulga boletins diários às 9h, 12h e 18h para manter a população informada sobre a situação no estado. Segundo o órgão, 235 municípios foram afetados pela chuva. Há mais de 7 mil pessoas em abrigos e outras 17 mil estão desalojadas. No total, são 351.639 afetados e 56 feridos nesta manhã.

Chuvas intensas

A condição começou em 26 de abril, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de tempestades para o estado. No entanto, a previsão era de apenas chuvas em algumas regiões. Ao longo dos dias, a situação foi se agravando

Segundo meteorologistas, as fortes chuvas são resultados da combinação de três fatores: um cavado, que é uma corrente intensa de vento, um corredor de umidade vindo da Amazônia e um bloqueio atmosférico. O cenário foi agravado pelas mudanças climáticas e pela previsão de mais precipitações nos próximos dias.

O Inmet mantém alerta vermelho para parte do estado. A previsão indica chuvas fortes com granizo, ventos intensos e descargas elétricas.

Estado de calamidade pública

O governo federal reconheceu, por uma portaria publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite desta quinta-feira (2), o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul devido aos temporais desta semana. Isso permite que o estado solicite recursos federais para ações de defesa civil, assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.

O governo estadual já havia decretado estado de calamidade pública pelos “eventos climáticos de chuvas intensas”, medida válida por 180 dias.

Rompimento de barragem

Na tarde de quinta-feira (2), o governador Eduardo Leite publicou um vídeo nas redes sociais informando sobre o rompimento da ombreira direita da barragem da Usina Hidrelétrica 14 de Julho. “O efeito não será de uma enxurrada, mas haverá elevação do nível do rio Taquari”, explicou Leite. As autoridades têm trabalhado para conter os efeitos do rompimento, mas o volume de água tem dificultado as ações.

Outras represas emitiram alerta de ruptura e solicitaram evacuação da área diante do nível de água. A Defesa Civil está monitorando a situação das demais barragens no estado.

Estradas bloqueadas

O intenso volume de chuva causou bloqueios em diversos trechos de rodovias estaduais. Algumas permanecem com bloqueios totais, enquanto outras enfrentam interdições parciais. Cerca de 95% das viagens rodoviárias para o estado foram canceladas. 

Entre os motivos para interdições estão pista submersa, queda de estruturas de pontes e deslizamento de terra.

Desaparecidos

As fortes chuvas também resultaram em dezenas de pessoas desaparecidas. No último boletim divulgado pela Defesa Civil, cerca de 75 pessoas desaparecidas foram contabilizadas.

Aviões da Força Aérea Brasileira estão fazendo ações de resgate de moradores que estão ilhados em várias cidades do estado. A FAB pede que as pessoas que precisam de ajuda façam sinalização luminosa para facilitar a identificação do local. Milhares de pessoas já foram resgatadas no estado, encaminhadas para atendimento médico ou para abrigos públicos.

Mais de 150 militares estão envolvidos diretamente na operação. As equipes de resgate continuam as operações em busca de sobreviventes e vítimas, enfrentando dificuldades devido ao terreno alagado e à instabilidade do clima. As autoridades pedem que a população permaneça em locais seguros e siga as orientações dos órgãos de segurança.

Mortes

Ainda no último boletim divulgado, o Rio Grande do Sul registrou 31 mortes em decorrência às fortes chuvas.

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