InícioSexo & Sensualidade'Emocionados': o que motiva alguém a sempre se apaixonar tão rapidamente?

‘Emocionados’: o que motiva alguém a sempre se apaixonar tão rapidamente?

Especialista explica o que pode estar por trás do comportamento daqueles que se jogam de cabeça em todos os relacionamentos amorosos
Pessoas que se envolvem
rapidamente em relacionamentos emocionais costumam apresentar sinais de dependência afetiva
Algumas pessoas parecem mergulhar de cabeça em relacionamentos amorosos com uma rapidez e intensidade surpreendentes. Esses indivíduos, que são chamados de “emocionados” nas redes sociais, se caracterizam pela tendência de formar vínculos profundos e íntimos precocemente, muitas vezes sem uma base sólida de conhecimento ou maturidade emocional.
No entanto, esse comportamento pode complicar a vida afetiva de quem escolheu ser intenso nas relações. Mas o que motiva essa atitude tão empolgada? Em entrevista ao Terra Você, a médica psiquiatra, Cíntia Braga, explica.
7 sinais de alerta para prestar atenção em seu relacionamento
De acordo com a especialista, as pessoas que se envolvem rapidamente em relacionamentos emocionais costumam apresentar sinais de dependência afetiva, como a idealização precoce do parceiro, a urgência em compartilhar segredos ou a crença de que o novo relacionamento resolverá seus problemas emocionais. “Também é comum a sensação de vazio ou ansiedade intensa quando estão fora do relacionamento”, diz.
A psiquiatra explica que diversos fatores psicológicos ou emocionais podem levar alguém a se envolver intensamente e rapidamente em relacionamentos. Alguns deles:
Baixa autoestima;
Carência afetiva;
Medo da solidão;
Busca por validação externa;
Padrões de apego ansioso, que frequentemente se originam em experiências de abandono ou negligência na infância.
A médica conta que existem padrões de personalidade comuns entre pessoas que se tornam “emocionadas”. Pessoas com traços de personalidade dependente ou borderline, por exemplo, podem ter maior tendência a esse comportamento.
“Indivíduos com apego ansioso, que temem a rejeição ou a separação, também costumam apresentar essa predisposição. A impulsividade emocional, comum em pessoas com baixa regulação afetiva, pode ser outro fator relevante.”
A especialista destaca que o comportamento de se envolver rapidamente em relacionamentos pode levar a ciclos repetitivos de relacionamentos instáveis, com rompimentos frequentes e, consequentemente, impactos negativos na autoestima, ansiedade e depressão.
Além disso, a dependência emocional do outro pode dificultar o desenvolvimento da autonomia e da identidade pessoal, prejudicando o bem-estar psicológico.
A psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a terapia focada no apego, pode ser eficaz para ajudar pessoas que tendem a se envolver muito rapidamente em relacionamentos a encontrar um equilíbrio emocional e construir relações mais saudáveis.
“Trabalhar a autoestima e a construção de uma identidade sólida, independente de relações afetivas, é essencial. Além disso, o desenvolvimento de uma maior consciência emocional e de
fronteiras saudáveis nos relacionamentos também são aspectos importantes no tratamento”,
conclui a médica.

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