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Suzano avança com os planos municipais e projeta cidade para o centenário

Propostas se amparam em instrumentos ligados ao ordenamento territorial, mobilidade ativa, gestão do impacto das águas da chuva e mapeamento das ilhas de calor

O evento “Suzano do Amanhã + 5”, realizado no Complexo Educacional e Cultural Mirambava entre 7 e 8 de agosto, apresentou e debateu os avanços que a cidade tem registrado com relação aos seus planos municipais para um público diversificado. O planejamento urbano local, visando à consolidação do desenvolvimento de Suzano, tem como alguns de seus pilares os Plano Diretor, o Plano Municipal de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais (PMDMAP), o Plano Cicloviário e o mapeamento de ilhas de calor e do sistema de espaços livres e verdes.

Os referidos instrumentos visam nortear o crescimento da cidade levando em consideração seus aspectos territoriais, a política urbana e rural, a administração dos efeitos das águas da chuva, a criação de uma rede cicloviária integrada com a infraestrutura urbana e a adoção de medidas de controle de ruído e calor em diferentes regiões. As ações foram iniciadas em 2017 e preveem melhorias no decorrer das próximas décadas.

Plano Diretor

O Plano Diretor de Suzano – lei complementar nº 312/2017, que substituiu a de número 145/2004 – define o macrozoneamento aderente aos padrões de ocupação de cada região, considerando o padrão atual e o projeto de visão futura em consonância com os objetivos de desenvolvimento formulados para o município.

Este esquema leva em conta o sistema de vias estruturantes que estabelecem a conexão entre as principais regiões do território. A delimitação das macrozonas objetiva a requalificação e ordenação do município de forma a possibilitar seu desenvolvimento socioeconômico, com preservação do seu patrimônio cultural e ambiental, natural ou construído. Dos programas e projetos prioritários no Plano Diretor de Suzano, importantes ações já foram executadas.

No que diz respeito à estrutura viária no alinhamento do rio Una, foram implementadas duas vias marginais, que têm início na rua Dr. Prudente de Moraes (SP-66) e se estende até a rotatória Sol Nascente, no encontro com a rodovia Índio Tibiriçá (SP-31). Ainda onde houve melhorias no traçado e qualificação urbana a partir da rotatória Miguel Badra, com demarcação e valorização do acesso norte do município.

Uma outra obra concluída foi a revitalização da Praça Ernestina Maria de Jesus Bianchi, que abriga a Comunidade Nossa Senhora da Piedade, conhecida como a Igreja do Baruel, no distrito de Palmeiras, que teve o objetivo de resgatar a identidade e o interesse pelo núcleo inicial do município, promovendo o desenvolvimento de infraestrutura urbana e de turismo, a fim de promover um espaço de fomento cultural e valorização histórica do marco zero.

Plano de Drenagem

O PMDMAP trata-se de um trabalho que reúne a coleta de dados, análises espaciais, modelagens hidrológicas, perspectivas de intervenção, estratégias e ferramentas de gestão para melhor administrar a presença e efeitos das águas pluviais.

O documento faz um extenso mapeamento do município, identificando desde vias, propriedades e ocupações, até o tipo de cobertura do solo, bacias e áreas de risco para a ocupação. O principal objetivo é encontrar as melhores formas de gerenciar os eventos decorrentes das chuvas, reduzindo os riscos associados às águas, preservação dos recursos naturais e direcionamento de recursos para obras, além da otimização da gestão pública.

O plano também identifica as regiões sujeitas a ocupação humana que estão suscetíveis a escorregamentos, contribuindo com a prefeitura para intervir nas áreas críticas e prevenir acidentes.

Constituído de um diagnóstico detalhado de cada sub-bacia hidrográfica do município, esse instrumento fornece recomendações específicas para a vencer desafios como serviços de limpeza de lixo e entulho, melhorias no sistema de drenagem superficial (águas pluviais, servidas ou esgoto), obras de terraplenagem para acerto ou abatimento de talude e de drenagem e proteção superficial, implantação de estruturas de contenção (muros de gravidade, cortinas etc.), serviços de terraplenagem, implantação de proteção superficial vegetal em taludes com solo exposto, e limpeza e desassoreamento de canal de drenagem.

Plano Cicloviário

O Plano Cicloviário e de Mobilidade Ativa, apresentado em maio deste ano, foi desenvolvido em conjunto com a TC Urbes, empresa especializada em projetos de mobilidade ativa. A proposta é implantar 108 quilômetros de ciclovias na área urbana e incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte de forma segura e inclusiva, buscando criar uma rede cicloviária integrada com a infraestrutura urbana, a gestão municipal e as ações educativas complementares.

O objetivo é proporcionar as condições necessárias para que cada vez mais moradores utilizem a bicicleta não só como lazer, mas também para se locomover ao trabalho. Para isso, a proposta estabelece metas de adesão progressiva da população a esse modal. A ideia é garantir, dentro de cinco anos, que 5% das viagens internas no município sejam feitas pela rede cicloviária, e, em um espaço de dez anos, promover o deslocamento de 10% da população por bicicleta.

Atualmente, já estão em andamento obras que garantirão um acréscimo de 5,29 quilômetros nessa rede, sendo que a expectativa da administração municipal é de que até o fim do ano que vem, a malha cicloviária do município possa ser superior a 15 quilômetros, já incluindo o espaço específico para as bicicletas na rua Sete de Setembro e nas avenidas Jorge Bei Maluf e Senador Roberto Simonsen.

Além de conectar as duas regiões com o centro, está prevista a ligação desse modal com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), por meio da Linha 11-Coral. A partir desse ponto, um dos deslocamentos possíveis, utilizando-se a bicicleta, é a interligação com a Rota Caminho do Sal, entre Santo André, Mogi das Cruzes e Ribeirão Pires, permitindo o acesso à rodovia Caminho do Mar (SP-148) e à estrada Mogi das Cruzes, que possibilita passagem por área de montanha e vista para o mar. O projeto ainda sugere uma parceria com o Poá, para garantir a construção de um novo caminho cicloviário que possa encurtar a trajetória para os usuários de bicicleta que vivem nesta parte do município.

No processo de elaboração do traçado da rede, foram identificadas as vias mais movimentadas no município. Nessa fase, foram considerados os bairros de maior densidade demográfica e atração de viagens. O plano indicou a necessidade e importância de completar esta rede, de forma a tornar a bicicleta acessível à maior parte dos munícipes, e com isso foram idealizados mais 152,3 km de ciclovias, incluindo trechos voltados ao turismo rural. O objetivo é transformar Suzano na primeira cidade ciclável do Alto-Tietê.

Mapeamento

O mapeamento de ilhas de calor e do sistema de áreas livres e verdes está em processo de desenvolvimento em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), por meio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU Mackenzie), com base no Acordo de Cooperação Acadêmico-Científico e Cultural, firmado entre as instituições em outubro de 2022, e deve ser desenvolvido entre anos de 2023 e 2024.

São dois trabalhos desenvolvidos em equipes distintas que colaboram entre si. Ambos estão em elaboração e resultarão em um conjunto de recomendações que darão suporte para adoção de medidas de controle de ruído e calor nas suas diferentes regiões, auxiliando o município a estruturar um sistema de áreas verdes, visando atender demandas ambientais e sociais.

As primeiras análises do estudo foram apresentadas no “Suzano do Amanhã + 5”. A equipe apresentou, na ocasião, resultados parciais obtidos por meio de simulações computacionais da área utilizando o software Envimet, medindo a temperatura superficial, distribuição da temperatura do ar e da umidade relativa do ar; levantamento de campo: variáveis ambientais e de ruído urbano; além de desenvolvimento de mapa de ruído.

Uma das recomendações já apontadas pelo estudo é a necessidade de criação de corredores verdes que liguem a região sul do município à Várzea do rio Tietê, permitindo que o vento oriundo da região sul permeie a área adensada da cidade, fazendo com que a mesma seja refrigerada.

Outro ponto é a manutenção ou aumento da vegetação também na região sul, garantindo a absorção de água e umidificação do solo. Por fim, outra recomendação é a busca pela naturalização da Área de Preservação Permanente (APP) anexa ao ribeirão Chico da Vargem, para promover uma maior umidificação do ar na área urbanizada e não vegetada, considerando também a direção dos ventos juntamente com a criação de novos espaços de natureza que possam compor uma infraestrutura verde (IEV) para Suzano.

Em linhas gerais, o estudo deverá apresentar um conjunto de recomendações de maior e menor complexidade para serem estudadas e implantadas a curto, médio e longo prazo. O objetivo geral é dar subsídios para estruturação de políticas públicas para o controle de ruído e do clima urbano e qualidade do ar, tendo em vista a revisão do plano diretor baseado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como ação de formação para a Agenda 2030 e o centenário de emancipação político-administrativa do município, em 2049. Assim, Suzano poderá ter uma paisagem urbana que promova mais saúde e qualidade ambiental.

O secretário municipal de Planejamento Urbano e Habitação, Elvis Vieira, destacou que os planos municipais têm a capacidade de promover as transformações necessárias que garantam o desenvolvimento do município em todos os seus aspectos. “Temos trabalhado em torno da implementação desses projetos desde 2017, quando iniciamos a gestão. A partir da aprovação do Plano Diretor, pudemos avançar com os outros instrumentos, pensando na cidade que queríamos hoje e que desejamos nas próximas décadas. São inúmeras ações já executadas e em andamento, visando ao desenvolvimento do município”, ressaltou Vieira.

O prefeito Rodrigo Ashiuchi afirmou que a cidade tem se transformado por conta do sucesso do planejamento que vem sendo adotado. “Nós temos um projeto de garantir alterações profundas na forma com que a sociedade se organiza, com o objetivo de melhorar substancialmente a qualidade de vida dos moradores. Já estamos colhendo muitos frutos, pois temos nos planejado da maneira correta. Nestes últimos anos, conseguimos concluir um número significativo de ações que já estão promovendo mudanças significativas no dia a dia da população. Os planos ainda contemplam novas intervenções, que estão em andamento e que ainda serão iniciadas, para chegarmos ainda melhor aos 100 anos”, declarou Ashiuchi.

Créditos das fotos: Wanderley Costa/Secop Suzano e Luana Bergamini/Secop Suzano

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