InícioAndré MeloNEUROATÍPICOS

NEUROATÍPICOS

Resiliência é a capacidade aprendida de se superar nos momentos de adversidades e contrariedades, mas basicamente a superação é conseguir colocar no passado os sentimentos que nos afligem.
São cicatrizações de sentimentos do passado, ou melhor; a passagem do tempo é o que nos afasta do medo e da dor das contrariedades.
A dificuldade de ultrapassar o tempo e deixar os temores e as dores para trás é o que realmente importa como superação.
Algumas pessoas não conseguem superar e ficam revivendo a dor, revivendo palavras do passado a cada instante, trazendo à tona os momentos dolorosos, os contragostos, as desilusões.
Trazem toda a frustração e revivem sempre que lembram, causando agonia e ansiedade.
Em especial são pessoas com baixa autoestima e elevada frustração.
Os episódios são sempre similares, sempre contra as pessoas com quem convivem. As frustrações superam os momentos prazerosos.
Vivem em busca de novos amigos e pessoas para convivência, para suprir suas necessidades afetivas, porque novos relacionamentos são páginas em branco que não carregam feridas não cicatrizadas.
Os familiares são normalmente carregados de emoções e lembranças, portanto os repositórios das feridas abertas e sangrentas.
A superação desses sentimentos é mais difícil para pessoas que portam Espectro Autista e Transtorno Opositor Desafiador.
Em momentos de “Meltdown” ou surto, como é vulgarmente chamado, vem à mente todas as frustrações e revoltas. Tenta desesperadamente expor seus sentimentos de forma violenta.
Como não possui freios, parte para a agressão física e desconsidera as possíveis consequências de suas ações.
Além de não deixar no passado as lembranças dolorosas, estas se acumulam com as novas desilusões e frustrações, tornando ainda mais dolorosa a convivência com os familiares, que inconscientes do sofrimento e a angústia interior cobram incessantemente reconhecimento pelas ditas benesses que lhe são ofertadas, e dessa forma aprofundando as feridas abertas na sua psique.
Geralmente os episódios de “surto” são seguidos por depressão e arrependimento pelas ações agressivas que realizou.
Dessa forma não existe cura, nem redenção, mas dependem de uma reforma na percepção de mundo e necessidade de mudar o que pode mudar em si mesmo, aceitar o que não pode mudar, e o mais difícil de tudo, reconhecer o que pode ou não ser mudado.
02 de abril, dia mundial da conscientização do autismo

Fábio Ap. Doll de Moraes, Tenente Coronel da Reserva.

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